terça-feira, 9 de junho de 2009

We like to watch you laughing

A essa altura do campeonato começo a me perguntar por que afinal esse carnaval todo se chama "confissões indiretas", eu nunca me confessei, nunca. Talvez seja isso que me faz tão intragável, tão indiferente, escolhi há muito tempo ser indiferente ao mundo pra não ter que me envolver com ele, não ter que me envolver com mais nada.
Eis que agora me vejo numa encruzilhada, quando se aprende a se importar com as pessoas, aprende-se também a sofrer por elas. Pelo menos aqueles que verdadeiramente se importam, eu não queria, nunca quis que as pessoas ao meu redor sentissem também a mesma dor que eu senti quando me tornei indiferente, eu não quero ser impotente, nem imprestável, eu não quero vê-la chorar, nem se arrepender. Mas não importa o quanto eu tente entender, ou ajudar, ou até mesmo amenizar os problemas dos outros, eu sempre falho. As minhas perguntas não responde, nem as tuas que faz a você mesma, é como se eu falasse com uma parede, uma linda parede branca e confusa, cheia de rachaduras que só são vistas quando o observador se aproxima dela. Eu quero ver a parede cheia de desenhos, repleta de cores e recheada de alegria, eu quero ver os detalhes das suas angustias, do teu détresse, mas principalmente eu quero ver você abraçando o mundo, sorrindo pras estrelas, todas as estrelas e não só uma, pois em cada estrela há um brilho diferente e afinal das contas, todos nós enxergamos o mesmo céu, seja na luz ou na escuridão, o céu é igual pra todos nós.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

1.1 Elliott Smith - Whatever (Folk Song In C)


Domingo Parte I(A contradição)


Y: E esses fogos são pra que?
X: Que fogos?
Y: Estes mesmo, os de artificio que os meninos do final da rua andam queimando todo dia de manhã?
X: Eles comemoram!
Y: Mas como poderiam comemorar? Caminham descalços, não têm dinheiro pra comprar fogos, eles devem roubar...
X: Pois então devem comemorar o sucesso do furto.
Y: E você? Acha certo?
X: O que eu tenho que achar ou não achar?
Y: Nada, esqueça! Você também nunca acha nada em ambos os sentidos
X: Como assim?
Y: Você sabe o que eu quis dizer
X: Não sei, explica!
Y: Você que não pensa e nem procura, como há de "achar" alguma coisa?
X: E você sempre faz isso, arranja discussões idiotas pra poder me atacar no final delas.
Y: Não são ataques, pelo menos não é dessa maneira que eu quis que você entendesse
X: É um pedido de desculpas?
Y: Talvez, mas sua pergunta só faz reforçar minha teoria
X: Sinto que agora você vai me ofender.
Y: Iria, melhor não falar...
X: Agora você fale, não viva pela metade, não deixe de dizer tudo o que quer meu amor.
Y: E isto de "meu amor"? Da onde surgiu?
X: Do passado, não se lembra? O amor era rotina, ainda tenho esse costume, você não?
Y: Eu não, me refiro a você com um adjetivo clichê e antigo repetido duas vezes e separados por uma vírgula
X: Disso todo mundo sabe, acham graça...mas não estrague a confusão.
Y: Que confusão?
X: A do leitor meu amor, te conheço e nesse domingo sei que escolheu escrever em diálogo pra confundir, contradizer, dissimular...
Y: A dissimulada sempre foi você, além disso como eu estraguei a confusão toda, contando sobre o adjetivo?
X: Vão saber quem eu sou.
Y: Mas ja sabem, sempre souberam... você sou eu.
X: Eu sou você, sou tudo de bom que existe em você.
Y: Por que te magoei então? Por que continuo criando teorias pra te ofender?
X: Porque você tinha medo de me perder ao acaso, portanto agilizou todo o processo de perda com atitudes egoístas e rudes pra que pudesse ter certeza da razão pela qual me perdeu.
Y: Perdi?
X: Perdeu, tanto que eu não te liguei, não apareci na sua porta, não mandei email, nem sinal de fumaça, eu não estou aqui.
Y: Se você não vai estar, por que eu ainda espero?
X: Porque você me ama, mas percebeu tarde demais quando você pra mim já não era nada, ou porque você precisa das minhas orientações pra ser alguém decente.
Y: Tem razão, você sempre teve razão, melhor eu deixar você partir, essa discusão imaginária não vai nos levar a lugar algum.
X: Não, continue... sei que você se sente bem fazendo isso, parece estar mais perto de mim, não parece?
Y: É verdade, hoje é domingo e eu queria me sentir mais perto de você.

1.2 Drive-By Truckers - Two Daughters And A Beautiful Wife


Segunda Parte II

(A interpretação)

X: Você não vai contar?
Y: Contar o que?
X: Sua teoria... aquela que vai me ofender.

Y:É simples, diz só que você nunca entende nada
X: É você quem tem entendido tudo por nós duas, eu não sou mais eu, sou só a extensão dos teus pensamentos, mas prossiga...
Y: Tudo o que eu dizia antes e até as coisas que eu digo agora você inverte, bobeia na interpretação, você nunca entendeu o que eu quis pra gente.
X: A culpa disso é toda sua, você que planejou demais, calculou demais, você falava qualquer coisa ja pensando em como queria que eu interpretasse e respondesse.

Y: Isso eu até admito, me irritava o fato de você nunca corresponder minhas expectativas, as peças, os filmes, os almoços importantes, você nunca compareceu, você não se importava? não me queria?
X: Não sei, acho que não era bem dessa maneira, não era por não querer, mas somos sim de mundos diferentes como você costumava dizer.
Y: Outro exemplo pra comprovar minha teoria, você acabou de citar outro exemplo...
X: E você discorda que somos de mundos diferentes?
Y: Não, nós somos mesmo, mas quando eu disse isso não era pra você ter entendido da forma como entendeu.
X: E eu entendi...?
Y: Entendeu que eu arranjava desculpas pra brigar e argumentos pra romper contigo.
X: E como deveria eu ter entendido?
Y: Deveria ter entendido que de tanto te amar eu romperia as barreiras, viveria no seu mundo ou te arrastaria pro meu, se ao menos eu tivesse tido um pouco mais de tempo...

X: Você teve tempo suficiente, me pergunto inclusive se você e seu famoso e brilhante "maquinário" já fizeram as contas de quantos segundos, horas e dias você teve.

Y: Contei, sempre conto, quer que eu te fale quantos foram?

X: Não é preciso, eu já sei.
Y: Você calculou também?
X: Claro que não, a mim pouco interessa o número de dias felizes que te dei de bandeja.
Y: Então como você sabe?
X: Estou dentro da sua cabeça, vejo todos os seus pensamentos, cálculos e teorias... conheço cada parte em você que enoja ou encanta.
Y: Agora descobri, você não me ama.

X: Disso você ja sabia faz tempo, o que descobriu hoje foi o motivo pela qual eu realmente não a amo.
Y: Sim, você não me ama e nunca amou porque me conheceu, eu sou assim tão desprezivel?

X: O suficiente pra ganhar minha indiferença.

Y: Hoje é segunda-feira, ainda?

X: Sim, por que?

Y: Porque agora eu sei onde eu errei, se eu vestir minha máscara de novo eu posso encontrar alguém.

1.3 Frida Hyvönen - Today Tuesday


Terça Parte III

(A amnésia)

Y: Eu devia te agradecer por tantas coisas
X: Mas não precisa
Y: Você gosta das terças-feiras? Eu não lembro uma terça-feira que você tenha passado comigo,
X: E eu não lembro de nenhum dia contigo, nem os domingos, conhece memória seletiva?
Y: Queria não conhecer, ou melhor, queria eu poder deletar da minha os dias com você.
X: Mas no seu ponto de vista os momentos foram bons, por isso você não consegue parar de mima-los com saudades.
Y: Não, eu me torturo pensando no quanto eu errei.
X: De fato você errou demais, mas ainda há tempo e chance de esquecer
Y: Agora estamos parecendo protagonistas do "Bilho eterno de uma mente sem lembranças", e se eu te apagar e um dia nos encontrarmos de novo?
X: É pouco provável que isso aconteça, aliás eu diria que é impossível
Y: Você costumava dizer que nada é impossível.
X: Mas isso é, não vamos nos encontrar nunca mais, eu tenho fugido com eficiência de você, não percebeu?
Y: Queria não ter percebido, do que você tem medo?
X: Em relação a te encontrar?
Y: Sim, porque evita tanto.. eu nunca quis te fazer mal algum, só tem coisas que eu queria te contar.
X: São coisas que eu não quero ouvir?
Y: Não sei, se eu soubesse dizer apenas o que você quer ouvir...
X: Não faria muita diferença... você continuaria sendo insignificante, mas conte-me.
Y: São bobagens, coisas que acontecem no dia-a-dia, me ensinaram como flertar com alguém em quatro passos, mas disso eu te conto depois, agora quero entender seu medo.
X: Pra que ficar exausto tentando entender um medo de algo que nunca vai acontecer?
Y: Nunca?
X: Nunca mais!
Y: Tudo bem, eu entendo sua aversão, mas daqui a quatro dias você vai sumir de mim, então por favor coopere com a minha teimosia, me diz do seu medo.
X: Tenho medo de vomitar se eu te ver de novo
Y: Mentira?
X: Não necessariamente, você sabe... salsichas me fazem mal, se eu as tivesse comido antes de te encontrar...
Y: Pare X, não quero brincar com isso.
X: Só estou supondo características para situações que nunca vão acontecer.
Y: Se formos falar de suposições vou pensar na música...
X: Tenho medo do silêncio!
Y: Se estivéssemos em silêncio eu ligaria o rádio pra ouvir a música e te olhar por horas, dias, por outras estações, até a primavera terminar...

1.4 Regina Spektor - Fidelity

Quarta Parte IV

(A suposição)


X: E esse papo de música?
Y: Não é papo, é música, qual o problema?
X: Problema nenhum, só queria saber porque você falou de música, mas isso é exemplo pra confirmar minha teoria.
Y: Desde quando você tem teorias?
X: E por que o espanto? Não sou inteligente o bastante pra isso?
Y: Você é, agora eu vejo que você é muito inteligente.
X: Eu sempre odiei suas ironias
Y: Que bom que dessa vez não estou sendo irônica

----------------------------------------------Silêncio---------------------------------------------------


X: Estávamos indo bem até agora, não acha?
Y: Eu acho e por que paramos de ir bem?
X: Porque você nos calou, deixou o silêncio tomar conta da gente, eu até achei que demorou pra isso acontecer.
Y: Perdi a oportunidade de ter ligado o rádio, sincronizado a música, te beijado...
X: Você me beijaria?
Y: Se eu pudesse sim, pra descobrir como me sentiria, como você se sentiria, mas só se você também quisesse e se a música estivesse tocando.
X: A teoria era sobre isso
Y: Sobre os beijos?
X: Não, seus beijos eram insossos e só, a teoria era sobre os seus cálculos e planos.
Y: Não seja tão implicante, não sou assim tão calculista.
X: Você sabe que é, contava até a metragem da sua casa com os teus pés, contava os passos, as horas e as gramas só pra não ter que contar seus segredos.
Y: Eu me fechei pra todos os mundos, tive medo...
X: Das salsichas?
Y: De você.

---------------------------------------------Silêncio---------------------------------------------------


X: Hoje é o quarto dia do projeto e já estamos tropeçando nas palavras.
Y: Eu sei, estou até gaguejando.
X: Isso é normal, você sempre gaguejava.
Y: Ficava nervosa perto de você, me faltava fôlego, me sobravam gestos, como o aluno mais tímido da escola... aquele que geralmente se apaixona pela professora.
X: Você se apaixonou?
Y: Só uma vez e você?
X: Uma ou duas, por pessoas e coisas que você não conhece.
Y: Você supera tão fácil.
X: Ja tentei te ensinar, você não quer aprender.
Y: Como poderia? Isso sim seria irônico, uma meta-linguagem amorosa, a única pela qual me apaixonei me ensinando como esquecer tal sentimento.
X: Você sempre adorou as ironias.
Y: É verdade, isso tudo é irônico, já percebeu que a última palavra nos diálogos é sempre minha? Quando na verdade elas foram sempre as suas, suponha que você gosta do projeto, suponha que se importa com as minhas brincadeira literárias, a última palavra de hoje será só sua.
X: Não fale "suponha", me lembra da música, eu penso na possibilidade de um beijo...
Y: Te da dor de cabeça?
X: Sim
Y: Se um dia eu te encontrar, se a música estiver tocando e principalmente se você não tiver comido salsichas, eu vou...
X: Sorte a minha que nunca mais vamos nos encontrar!
Y: Sorte tua, não se esqueça que hoje a última palavra é você quem dá, diz qualquer coisa...
X: Éramos felizes nas quartas-feiras.

1.5 Maroon 5 - Better That We Break


Quinta parte V (O orgulho)


X: Doeu muito?
Y: O que?
X: Me deixar falar por último...
Y: Você sabe que sim, ainda mais numa quinta feira, nesses dias você sempre foi à última a falar.
X: Se vamos conversar sobre palavras me avise.
Y: Pra você se retirar?
X: Pra eu me preparar, essas nossas discussões sempre foram demasiadamente técnicas, com direito inclusive a consultas no dicionário.
Y: Como das vezes em que eu te reprimia por você dizer "te adoro"?
X: Pois é, você sempre soube que eu usava o verbo errado
Y: Você também?
X: Eu também, apesar de tudo eu tentava acreditar que ele estava certo, mas com as suas grosserias o verbo em si tornou-se um erro.
Y: Sinto falta de ti corrigir, sinto falta do verbo no imperativo, quero que você mande em mim de novo
X: Por bom senso ou teimosia?
Y: Pelos dois, você sabe o que é certo pra mim.
X: Eu sabia antes e você não me ouviu.
Y: Agora eu escuto tanta coisa, vou te ouvir amor, prometo que vou me importar...
X: E isto de "amor"? Vai copiar na quinta feira o erro que cometi no domingo?
Y: Não, me desculpa... Foi sem querer, eu nunca te chamava de amor, nem falava sobre ele, eu não te ligava pra dar boa noite e nem dizia o quanto você era incrível, me arrependo de tantas coisas, devia ter te olhado mais, eu devia...
X: Não devia antes e não deve nada agora, levanta da cadeira, vai sair, vai me esqueçer...
Y: Não consigo, ja tentei, faltam dois dias, duas folhas... E se você sumir? Se nem esses diálogos malucos me consolarem mais?
X: Você encontra outra.
Y: Só quero você.
X: Pra que essas confissões agora?
Y: Porque aqui está frio, tão frio e eu queria que você se deitasse comigo...
X: Aqui também está frio, tenho me deitado com outras, você deveria fazer o mesmo, até onde eu sei poderia ter feito com várias outras.
Y: Poderia, eu sei, mas fico pensando nos dias em que você não podia ficar comigo, mas sussurava no meu ouvido que queria dormir do meu lado...
X: Pura carência, agora eu posso, agora eu durmo, mas ja dormi com você também
Y: Sim, por trinta minutos antes de eu te levar pro hospítal, você se lembra?
X: Lembro, você vacilou, devia ter contado essa história no sábado parte VII...
Y: Eu devia ter contado tanta coisa em outros dias que isso já não importa, você não parava de falar, não me deixava dormir
X: De manhã você é chata...
Y: Eu sempre sou chata, de manhã é ainda pior, eu quis te bater o dia que você me acordou pulando em cima de mim até porque pensei que você era outra...
X: Mas ficou feliz depois, quando me viu ao seu lado... aliás eu te fiz feliz?
Y: Fez... Mas eu preferia nunca ter conhecido o calor, porque agora o frio me parece ainda mais frio.
X: Quer um cigarro? Dizem que também esquenta
Y: Não, eu larguei os cigarros
X: Pra me impressionar?
Y: Pra te impressioar...
X: E você não vai desistir nunca?
Y: Vou, domingo eu desisto... você vai entender, as cores, vão me faltar cores se eu te encontrar
X: Eu te levo um pote de tinta, se eu for... mas não vou, aliás se eu for vou fugir de você, vou estar com outra, ja deixo avisado...
Y: Por Deus eu sei, você sempre está, mas me entenda por favor, sou sistemática, se nada mudar até lá, eu esqueço, me liberto
X: Fácil assim?
Y: Nunca disse que seria fácil, mas você sabe que todo novo começo implica em um novo fim.
X: E por que começariamos algo novo logo no dia que o nosso algo velho terminou?
Y: Começariamos?

1.6 James Blunt - No Bravery


Sexta parte VI

(A analogia)

Y: Acho que isso é o que mais de romântico existe em mim
X: Esse projeto s
em pé nem cabeça?
Y: Sim, esse mesmo
X: Mas e sua caminhada de duas horas na chuva? e seu buquê de cinquenta margaridas?
Y: Isso tudo é m
uito físico, o que faço agora é mais espiritual...
X: Eu prefiro atos do que palavras
Y: E eu tento com as palavras preparar o campo pros meus atos, não tem dado certo, não tenho recebido nada em troca...
X: Já era de se esperar.
Y: Sim, o X hostil sempre ganha do outro que eu criei ou recriei usando excertos do que você ja foi um dia
X: Você tem mani
a de viver no passado, já diria sua velha bolsa!
Y: E o que tem e
la? Eu gosto dela....
X: É velha, devia ter jogado ela fora faz muito tempo
Y: Mas como? por que se é dela que eu gosto?
X: Sua mãe ja deve ter te oferecido comprar várias outras, você devia dar uma chance pras outras bolsas....
Y: É mesmo da bolsa que estamos falando?
X: Acho que não, alé
m das teorias peguei mania de criar analogias também
Y: É coisa de gente tími
da, que da um milhão de voltas em volta do bolo pra finalmente pegar um pedaço, que fala, fala, fala, que tem o que dizer, mas que geralmente nunca diz o que queria no começo da história toda
X: E o que você quer?
Y: O que você quer com essa de bolsa?
X: Eu quero que você
compre uma bolsa nova...
Y: Tem certeza?
X: E eu lá dei sinal de algo diferente?
Y: Deu... ou foi meu neurotismo que achou fogo onde só tinha fumaça?
X: Foi, sempre é
Y: Hoje é o penúltimo dia, vamos ao mirante? passamos a noite lá.. em claro, você conversa comigo a noite toda e me convence a comprar uma bolsa nova!
X: Pode ser, é bonito lá?

Y: Confia em mim?
X: Não devia, mas sim...
Y: Então, o que acha?
X: Acho que devia confiar mais em você, já que estamos aqui, já que a noite é agradável quando se pode escolher quantas estrelas têm no céu, me conta o que você vê de tão romântico em tudo isso?
Y: Eu criei um mundo intermediário pra gente, não vê?
X: Com mirante
s e músicas bonitinhas?
Y: Com tudo o que você quiser, pelo tempo que nos puder alcançar, você pode escolher de que cor pintar o nosso céu, quanto
s minutos dura nossa noite, eu deixo nas tuas mãos, aqui em cima é tão melhor
X: É agora que falamos das cores?
Y: Podemos se assim desejar...
X: Não, estava interessada em saber mais sobre o seu romantismo fracassado, você disse que as cores eram no último
Y: Pois bem, tenho pensado bastante nisso, eu gosto de conversar com você, as pessoas gostam de ver nossas conversas, as pa
lavras que não conseguem sair da minha boca, pelas mãos jorram nos papéis, eu penso em prolongar o projeto
X: Pra isso vai ter que pedir pra mim.
Y: Ora, estamos no mirante, ainda não acabei de contar quantas estrelas estamos vendo, mas são muitas, acabei de te pedir.
X: Não, vai ter que pedir pra mim, eu... real, posso estar te achando uma idiota, posso estar te odiando e você nem sabe, vai ter que pedir pra mim.
Y: Me falta coragem....
X: Pois bem, se eu-eu-mesma ler e ignorar ja sabe que a resposta é não, mas se eu responder quem sabe...
Y: Isso e
sta beirando a loucura, você que eu criei perguntando coisas por mim que eu criei pra você que é real!
X: Tem idéia melhor?
Y: Não...
X: Então prossiga com o romantismo.
Y: Te fiz tão mocinha, me fiz tão herói, tem pessoas que nem conhecem nada da gente e torcem pra que esse nó se desfaça elegantemente, eles te adoram.
X: Você m
e fez encantadora
Y: Você é encantadora, disseram que uma das tuas falas era genial, uma das que eu escolhi pra ti, você-um-gênio-mocinha, eu-herói-maluco, e quem disse isso do genial não é uma qualquer não, é uma especial, muito especial que entende de mim, talvez agora entenda até de você...
X: Tem tanta
gente envolvida como eu penso agora?
Y: Acho que sim, me espanta também, eles conversam conosco, vou prolongar o projeto
X: Por mim?
Y: Por mim, por você, não por nós-o-conjunto, por nós-individual, merecemos tal grandeza?
X: Eu mereço....