quarta-feira, 29 de outubro de 2008

1.6 James Blunt - No Bravery


Sexta parte VI

(A analogia)

Y: Acho que isso é o que mais de romântico existe em mim
X: Esse projeto s
em pé nem cabeça?
Y: Sim, esse mesmo
X: Mas e sua caminhada de duas horas na chuva? e seu buquê de cinquenta margaridas?
Y: Isso tudo é m
uito físico, o que faço agora é mais espiritual...
X: Eu prefiro atos do que palavras
Y: E eu tento com as palavras preparar o campo pros meus atos, não tem dado certo, não tenho recebido nada em troca...
X: Já era de se esperar.
Y: Sim, o X hostil sempre ganha do outro que eu criei ou recriei usando excertos do que você ja foi um dia
X: Você tem mani
a de viver no passado, já diria sua velha bolsa!
Y: E o que tem e
la? Eu gosto dela....
X: É velha, devia ter jogado ela fora faz muito tempo
Y: Mas como? por que se é dela que eu gosto?
X: Sua mãe ja deve ter te oferecido comprar várias outras, você devia dar uma chance pras outras bolsas....
Y: É mesmo da bolsa que estamos falando?
X: Acho que não, alé
m das teorias peguei mania de criar analogias também
Y: É coisa de gente tími
da, que da um milhão de voltas em volta do bolo pra finalmente pegar um pedaço, que fala, fala, fala, que tem o que dizer, mas que geralmente nunca diz o que queria no começo da história toda
X: E o que você quer?
Y: O que você quer com essa de bolsa?
X: Eu quero que você
compre uma bolsa nova...
Y: Tem certeza?
X: E eu lá dei sinal de algo diferente?
Y: Deu... ou foi meu neurotismo que achou fogo onde só tinha fumaça?
X: Foi, sempre é
Y: Hoje é o penúltimo dia, vamos ao mirante? passamos a noite lá.. em claro, você conversa comigo a noite toda e me convence a comprar uma bolsa nova!
X: Pode ser, é bonito lá?

Y: Confia em mim?
X: Não devia, mas sim...
Y: Então, o que acha?
X: Acho que devia confiar mais em você, já que estamos aqui, já que a noite é agradável quando se pode escolher quantas estrelas têm no céu, me conta o que você vê de tão romântico em tudo isso?
Y: Eu criei um mundo intermediário pra gente, não vê?
X: Com mirante
s e músicas bonitinhas?
Y: Com tudo o que você quiser, pelo tempo que nos puder alcançar, você pode escolher de que cor pintar o nosso céu, quanto
s minutos dura nossa noite, eu deixo nas tuas mãos, aqui em cima é tão melhor
X: É agora que falamos das cores?
Y: Podemos se assim desejar...
X: Não, estava interessada em saber mais sobre o seu romantismo fracassado, você disse que as cores eram no último
Y: Pois bem, tenho pensado bastante nisso, eu gosto de conversar com você, as pessoas gostam de ver nossas conversas, as pa
lavras que não conseguem sair da minha boca, pelas mãos jorram nos papéis, eu penso em prolongar o projeto
X: Pra isso vai ter que pedir pra mim.
Y: Ora, estamos no mirante, ainda não acabei de contar quantas estrelas estamos vendo, mas são muitas, acabei de te pedir.
X: Não, vai ter que pedir pra mim, eu... real, posso estar te achando uma idiota, posso estar te odiando e você nem sabe, vai ter que pedir pra mim.
Y: Me falta coragem....
X: Pois bem, se eu-eu-mesma ler e ignorar ja sabe que a resposta é não, mas se eu responder quem sabe...
Y: Isso e
sta beirando a loucura, você que eu criei perguntando coisas por mim que eu criei pra você que é real!
X: Tem idéia melhor?
Y: Não...
X: Então prossiga com o romantismo.
Y: Te fiz tão mocinha, me fiz tão herói, tem pessoas que nem conhecem nada da gente e torcem pra que esse nó se desfaça elegantemente, eles te adoram.
X: Você m
e fez encantadora
Y: Você é encantadora, disseram que uma das tuas falas era genial, uma das que eu escolhi pra ti, você-um-gênio-mocinha, eu-herói-maluco, e quem disse isso do genial não é uma qualquer não, é uma especial, muito especial que entende de mim, talvez agora entenda até de você...
X: Tem tanta
gente envolvida como eu penso agora?
Y: Acho que sim, me espanta também, eles conversam conosco, vou prolongar o projeto
X: Por mim?
Y: Por mim, por você, não por nós-o-conjunto, por nós-individual, merecemos tal grandeza?
X: Eu mereço....


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