quarta-feira, 29 de outubro de 2008

2. 7 Stereophonics - Don't Let Me Down

Sábado Parte XIV (O destino)


Y: Eu quero ir embora, seu mundo está me agarrando, envolvendo meu corpo inteiro e engolindo meus pensamentos...
X: Meu mundo? Este aqui é teu, teoricamente é você quem controla tudo nele.
Y: Você naõ entende, omundo, nosso paralelismo é você
X: Não sou eu. Por que você ainda faz isso?
Y: Não vou falar dessas coisas, estava orgulhosa por ser capaz de elaborar um texto inocente.
X: Você estava sendo inocente! Desistiu por que?
Y: Não sei, quando eu volto aos meus velhos vicios o maquinário funciona de outra forma, ele descansa um pouco...
X: Te faz achar que eu sou um monstro...
Y: Não, isso nunca.
X: Então não te entendo, achei que você se dopasse pra conseguir me odiar.
Y: Nunca te odiaria, não você, tuas mãos sim, sempre as mãos.
X: Eu quero entender...
Y: Eu não sou inocente, quando me entrego ouço música dentro de mim.
X: Você me assusta!
Y: Você me cansa, é como se meu cérebro fosse dividido em três partes: eu, você e a música.
X: Você ouve música enquanto eu falo contigo?
Y: Você naõ fala comigo, você impregna minha cabeça, te ouço do lado esquerdo, me ouço do lado direito e a música fica no centro, vem certeira e em linha reta me invadir.
X: Chegou a hora de falar sobre isso
Y: Não quero, não posso, vou acabar sendo clichê, o tipinho que só escreve textos pesados sobre assuntos polêmicos.
X: Desde quando falar sobre vicios é ser polêmico?
Y: Não seria o contrário?
X: Hã?
Y: Você falou errado, desde quando deixou de ser polêmico?
X: Você não chega nem perto de ser tão moralista quanto finge ser.
Y: É hipocrisia, sou quase uma farsante
X: Calma, só estamos contando histórias, sobre vicios por que não?
Y: Mas X e se o público ficar confuso?
X: É normal, não se pode ter tudo sempre
Y: Tem razão...além do que fica bem, confusão quando falamos de entorpecentes...
X: Dizem que eu te larguei por culpa disso
Y: Largou?
X: Foi você quem me largou, deu as costas e saiu andando
Y: Você estava deitada em cima da sua primeira e possivelmente última amante.
X: Você desviou nosso destino por ciúmes?
Y: Era pra menos?
X: Era você quem eu amava, não que você merecesse, mas eu amava...
Y: Não desviei nada, nosso destino está aqui, escrito nas últimas, penúltimas e primeiras páginas
X: Nosso destino era ser pra sempre. Nem tudo que você escreve vai se realizar, você sabe disso, não? Você não esta escrevendo o futuro
Y: Claro que sei, meus amigos parecem não saber, eles acham que eu escrevo pra depois fazer acontecer, forçar encontros e mudar o acaso...
X: A vida copiando a arte, a arte copiando sua vida..
Y: E os elementos ficticios é claro...
X: Assim como as músicas que você ouve com os cigarros que você não fuma...
Y: Assim como o espelho que você quebrou no primeiro dia...
X: Você quebrou! Passamos ao mesmo tempo, mas foram as tuas mãos trêmulas que se desequilibraram, foi sua adrenalina incontrolável que estragou tudo
Y: Minha adrenalina não fazia parte de mim.
X: Eu sei que não, foram os outros...
Y: Pois claro, disso sou inocente, ja voce..
X: Eu também!
Y: Então fiquemos assim, todos inocentes, é bonito não?

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