quarta-feira, 29 de outubro de 2008

4.2 Kings of Convenience - Little Kids

Segunda Parte XXIII (O Ralo)

Y: Elas demoram tanto, não acha?
X: Como posso achar se nem sei do que está falando?
Y: Pra ler.. talvez estejam chocadas
X: Não era de se esperar o contrário...
Y: Ela é meu controle de qualidade
X: Tem te criticado bastante não?
Y: Sim, mas o final me veio como um relampago, daqueles que você tem medo!
X: Aonde?
Y: No esgoto!
X: Você tem andado pelos esgotos da cidade?
Y: Nem preciso, ao lado de onde me sento todos os dias se localiza um ralo ou coisa do tipo
X: E você fica cheirando o que sai de la o tempo todo? como no filme...
Y: Sim, exatamente daquela forma, aquela piada que você detestava
X: Os convites na gráfica, maldita piada, você me ridicularizou na frente dos meus amigos!
Y: Eu estava bêbada e você nem se importava, eu estava doente, tentando fazer você me odiar
X: Pra que?
Y: Se eu morresse você ja estaria me odiando, foi pro teu bem, eu só pensava em você
X: Você não morreu, você não vai morrer.
Y: Mas você vai...
X: Eu?
Y: Pois sim, hoje eu escrevi o final disso tudo, me veio como um relampago, os que você odeia
X: Você me mata?
Y: Sim, me veio a cena na cabeça, sua morte certeira e dolorosa
X: Você tramou tudo isso?
Y: Não, eu não tramo nada, minhas mãos se movem sozinhas, eu perdi minha vida para elas, nada mais justo do que você perder a tua também
X: Eu gostava das tuas mãos...
Y: Quando eu te matar você não vai mais gostar
X: Você é o herói, não mata ninguém, nem ao menos fere, me fez te odiar pra não me ferir
Y: Um herói maquiavélico, pensei numa morte que te caberia "muy bien"
X: E qual seria?
Y: Você morreria numa caixa de vidro cheia de cubos de gelo, eu assistiria de longe os teus lábios se transformarem em pedrinhas, pedrinhas bonitinhas de gelo.
X: Congelada?
Y: Como um maldito bicho morto no refrigerador e esperando ser devorado por uma familia de classe média
X: Escreveu o final hoje e não tem nem ao menos metade do projeto escrito?
Y: Sim, mas tenho um bom motivo pra isso, não vou esperar 27 dias como você me disse pra encontrar uma bolsa nova
X: Me matou por outras bolsas?
Y: Era o único jeito, te matar! Escrevi no esgoto, com relampagos ao redor, tão odiados por mim também, talvez tenham instigado uma raiva de ti que antes eu não tinha.
X: E como você se sentiu?
Y: Livre, me senti livre e feliz, você vai morrer pelas minhas mãos e eu vou continuar vivendo com uma nova e linda bolsa
X: A garota do teatro?
Y: Ela mesma, me libertei de ti por ela, me libertaria das minhas doenças por outras como ela que são melhores do que você.
X: Você prometeu 27 partes, 27 é o nosso maldito número, vais cumprir?
Y: Claro, vou te contar com detalhes todas minhas novas aventuras
X: E na vigésima sétima parte você me mata pra acabar com o mundo que criou pra gente e viver feliz pra sempre com uma nova bolsa?
Y: Pra sempre nunca, palavrinha desgraçada...
X: Você devia ter mais fé na eternidade
Y: Você não devia, em algumas poucas partes você vai morrer congelada.. o eterno se tornará um erro.
X: Sua história se tornará um clássico "dramalhão", e você acabou de se entregar. Que tipo de escritor escreve o fim antes do meio?
Y: O tipo que tem medo de se enganar com teus sorriso, te quero morta e morta estarás...
X: E se lerem antes? agora que o leitor ja sabe que você escreveu o fim antes do meio, se eles lerem o ultimo capitulo, a história vai perder a graça
Y: Nessa edição impressa, completa e encapada espero que eles não caim na bobeira de me enganar, ou pior enganar a eles mesmos.
X: Você está confiando nas pessoas....
Y: Se eles lerem o final, sabem que a história vai perder a graça, ninguém vai começar do final!
X: Se começarem vais perder leitores e eu vou me sentir vingada
Y: Você quer apostar?
X: Só se você discutir o prêmio comigo por horas...
Y: Não tenho tempo, marquei de levar minha bolsa nova pra jantar!

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