quarta-feira, 29 de outubro de 2008

2.3 Oasis - Lyla


Terça Parte X

(A banda)

Y: Hoje a parte toda é sua
X: Até quando você vai continuar com isso?
Y: Até conseguir fazer o que você disse que eu tinha que fazer
X: Começo e fim?
Y: Isso, o problema é que não sei como começar a falar do fim e nem como terminar a falar do começo
X: Você tava usando um all star xadrez, tinha feito uma grande festa um dia antes
Y: Não tava com a melhora cara do mundo, não é mesmo?
X: Nem perto, chegamos no fim do festival, foi uma sorte te encontrar
Y: Sorte?
X: Naqueles dias sim, vendo agora foi um puta de um azar
Y: A gente se encontrou no meio da multidão...
X: Parecia planejado, mas não foi...
Y: Você estava usando uma camiseta branca e um chapéu esquisito, um que não tinha ficado muito bem em você...
X: Era show daquela banda, daquela mesma banda que sempre se apresenta de graça...
Y: Mesma banda que por sua culpa não consigo mais ouvir...
X: Você me viu com outras ao som deles, eu estive com você no nosso primeiro dia ao som deles...
Y: Fizeram as músicas pra você, assim como eu faço meus textos, poemas, planos fracassados...
X: Sempre tão fracassados... e o chapéu não era meu...
Y: Ele tinha riscas brancas, você se deitou na grama e enquanto eu acendia o décimo cigarro as sete da manhã tentei conta-las
X: Conseguiu?
Y: Não, vira e mexe meus olhos se voltavam pra outras partes tuas, outras contagens, um fascinio inenarrável
X: Você era tão gentil, eu nem percebi que me olhava com segundas intenções
Y: Eu não olhava, lutei contra os meus desejos, mas a sua boca me fazia perder a contagem, me fez perder a cabeça
X: Nossos amigos é que se perderam, você me levou nas costas por brincadeira, acho que foi nesse momento que eu vi o quanto poderia mandar em você
Y: Ainda pode, eu sempre precisei de alguém pra mandar em mim, ja te disse isso antes
X: Você tinha se interessado por um cara, lembra?
Y: O que se interessou por você, como poderia esquecer? Pedro... maldito Pedro.
X: Ele era rídiculo, você foi mais ainda por ter ciúmes dele
Y: Foi culpa da insegurança, eu tenho certeza que foi
X: Eu estava atrasada, você me fez ficar tão atrasada
Y: Você me fez perder meu celular
X e Y: Foi culpa do papelão.
X: Sim, foi, eu deitei do seu lado
Y: Tiraram fotos, tinha me esquecido disso, achei uma delas sem querer um dia
X: E como ficou?
Y: Estávamos deitadas no papelão no gramado da República, na foto você me olhava, ela é assim só você me olhando e eu puxando minha franja pra cima pra poder te olhar finalmente com segundas intenções
X: Eu te olhava?
Y: Sim, eu tinha acabado de comprar uma outra coca-cola, tinha feito amizade com um homem estranho, o nome dele era Carlos se não me engano....
X: E ele tinha uma esposa, uma moto, tinha virado a noite no festival e trabalhava com informática
Y: E parecia o John Lennon, você se lembra...
X: Gostei daquele dia
Y: Minhas mãos tremiam, eu ja tinha suado até a ponta dos meus dedos
X: Eu sei, você tinha tanto medo, você ainda tem tanto medo....
Y: Eu tinha medo de acabar me apaixonando, tinha medo daquele turbilhão de sentimentos que viriam se nossa tarde pasasse de olhares intencionais
X: Passaram até demais, acidentalmente nós viramos o rosto ao mesmo tempo, a sua bolsa, essa que você teima em não trocar nos serviu de travesseiro, você pegou na minha mão e eu pude sentir que você estava nervosa, eu sorri
Y: Eu demorei pra ter certeza que você queria
X: Eu queria tanto...
Y: Quando eu tive certeza quis fazer graça, demoramos, nossos narizes sempre se encontravam primeiro, era nossa brincadeira, não era?
X: Eu deixei meu pai na mão, ele queria que eu asistisse o jogo do Palmeiras com ele
Y: No nosso primeiro dia eu ja sabia um dos seus defeitos, palmerenses....
X: Você era corinthiana, eu sabia que não ia dar certo, todo mundo sabia disso, mas não conseguimos parar não é mesmo?
Y: Me pergunto porque...
X: Você sabe a resposta!
Y: Porque eu te amei primeiro, sem antes saber como era amar alguém.
X: Isso é bom, você esta parando de tentar se enganar ou negar seus rídiculos sentimentos.
Y: Amém!

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