Quarta Parte XVIII
(O número)
Y: Ainda dou valor pra tudo que não significa nada, mas medo eu já não sinto.
X: Não pensa no que outra mulher vai achar disso tudo?
Y: O meu tudo que não significa nada?
X: Não, destas folhas... o que ela vai pensar destas folhas?
Y: A mim não interessa, não quero uma outra mulher...
X: Mas eventualmente vai encontrar alguma que te interesse, o que ela pensaria?
Y: Eu me interessei, mas mesmo que se ela também me quisesse seria eternamente complexada, passaria as noites pensando que nunca viria a ser tão importante quanto você... Não tenho o direito de fazer isso com nenhuma delas
X: Exato, e mesmo sabendo disso arriscaria todos os seus próximos relacionamentos publicando essas besteiras?
Y: Ja disse que não vou ter outra... Se eu tiver cabe a ela entender que de fato nenhuma chegaria aos teus pés
X: Elas teram raiva de mim...
Y: Todos têm, não sei porque. Eu queria que te amassem, que te enxergassem como eu enxergo...
X: Eles acham que você só vai voltar a ser feliz se eu parar de te negar
Y: Não, eles sabem que não daria certo, até eu sei, mas eu disse que esperaria e ainda estou esperando
X; Eu pedi que não o fizesse, eu disse que por você já não sentia mais nada.
Y: Não espero por você, nem ao menos tenho esperança de que sinta algo, espero pelo dia em que uma outra mulher vá entender que estas folhas são só folhas
X: Pra isso você teria que esquecer...
Y: Eu vou esquecer, quando eu colocar o último ponto final na última frase estarei livre pra amar outras....
X: Tanto quanto a mim?
Y: É possível...
X: Como?
Y: Ainda sou jovem, apesar dos olhos....
X: Não quero que você ame outras tanto quanto me amou, vai te fazer mal...
Y: Talvez as outras entendam essa minha intensidade.
X: Mas eu não quero... Não quero...
Y: Você está com ciúmes?
X: Não, só estou amolecendo, por que você está fazendo isso comigo?
Y: Porque eu quero que você se pareça mais com ela, quero que a sua doçura me ajude a entender e a superar minha falta de apetite pela vida...
X: Achei que tivesse encontrado outra...
Y: Encontrei muitas, nenhuma se parecia o suficiente com você
X: Mas e se parecerem? E se você se apaixonar?
Y: Eu não posso, ela sofreria, eu a largaria no meio da noite, pararia tudo que eu estava fazendo pra escrever sobre você...
X: Por que tão díficil?
Y: Por que tão amável? Você sendo assim me faz querer ser cruel.
X: O equilibrio...
Y: Que nós nunca tivemos!
X: Você não saberia ser ruim...
Y: Eu posso tentar, posso morrer ou matar tentando ser o lado perverso de todas nossas partes!
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